Andreia Navarro e Daniel Matos são moradores no Bairro de Santa Tecla, em Braga e participaram no gabinete de mediação lançado aquando da requalificação daquele complexo habitacional.
No processo de requalificação do bairro foram mediadores ajudando a Bragahabit, e hoje falam dessa experiência passada em 1ª mão.
Todos os bairros de Braga deveriam ter gabinetes de mediação.
É pelo menos isso que defendem Andreia Navarro e Daniel Matos, dois jovens moradores no bairro de Santa Tecla, que participaram no gabinete de mediação lançado aquando da requalificação daquele complexo habitacional.
Daniel Matos participou como elemento ativo no Gabinete de Mediação do Bairro de Santa Tecla
Daniel nasceu e cresceu no bairro onde ainda hoje vive. Confessa que
A comunidade é unida e vive num espírito familiar com uma interligação entre gerações que nunca acaba.
Agora com 30 anos recorda projetos como o BragaBrinc@, dinamizado pela Bragahabit. Foi aí que teve o primeiro contacto com um computador e com a internet. Começou como participante e mais tarde tornou-se monitor.
Na altura existiam os computadores e internet, coisas difíceis para muitos de nós e foi ali que muitas crianças aprenderam a mexer com computadores e muitas outras coisas.
Enquanto monitor, relembra as dificuldades de quem estava nesse papel quando era apenas uma criança participante.
Quando vou trabalhar para a BragaBrinc@ a comunidade já está mais incluída na sociedade. Já tínhamos a Vanessa a trabalhar na Cruz Vermelha, a Andreia a entrar nos caminhos e o Paulo a trabalhar no ciclo da inclusão social. Hoje temos muitos mais ciganos da nossa comunidade com papéis importantes. Foi uma ajuda para todos nós porque estes pequenos projetos vão-nos dando oportunidades que não existem.
Andreia Navarro participou ativamente no Gabinete de Mediação do Bairro de Santa Tecla
Andreia tem 32 anos e vive em Santa Tecla desde os 16 anos. Sobre o Geração Tecla, fala num projeto que significa muito para ela:
Porque que não teve medo de entrar e conseguiu levar muitos jovens [de etnia cigana] a trilhar um rumo.
É também a partir daqui que surge o gabinete de mediação para ajudar a Bragahabit com o início da reabilitação do bairro. Andreia foi uma das monitoras que comunicou com os moradores do bairro ao longo do processo.
Além de ser cigano para cigano, nós sabemos as nossas necessidades, sentimos na pele.
Vantagens do Gabinete de Mediação
Para ambos, o projeto foi das melhores coisas que a Bragahabit criou, porque os problemas passaram a ser resolvidos entre pessoas da comunidade.
Entre os exemplos práticos do processo que envolveu as obras naquele bairro, Daniel dá nota da mobilidade dos moradores no decorrer dos trabalhos que implicou mudanças de casa temporárias.
Ali, o papel principal foi nosso. Às vezes pessoas com mobilidade reduzida que viviam no rés-do-chão, não podiam mudar-se temporariamente para um 3º andar. Nós conversávamos com os moradores do bairro para promover as alterações mais adequadas a cada situação.
Recorde-se que durante os trabalhos, um dos prédios foi utilizado para transições temporárias de diferentes famílias. Fruto desta experiência, os dois consideram que fazia sentido que cada bairro social contasse com um gabinete de mediação.
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