Há três projetos portugueses entre os finalistas dos prémios RegioStars atribuídos pela Comissão Europeia.
São iniciativas que passam pela luta contra o abandono escolar, por produtos mais sustentáveis e por um primeiro impulso a iniciativas da comunidade que criam emprego e permitem uma maior inclusão social.
Os vencedores serão conhecidos em Bruxelas no fim da tarde desta quarta-feira.
A Comissária para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, garante que são um bom exemplo de como os fundos europeus podem ajudar a desenvolver projetos que tem real impacto no terreno.
Pode conhecer melhor estes finalistas nos sites dos projetos ou nesta reportagem da Antena 1 (clique na imagem para aceder à vídeo-reportagem).
Três projetos portugueses concorrem a prémios de excelência da União Europeia
Há três projetos portugueses entre os 25 finalistas dos Prémios Regiostars 2024, um concurso que distingue projetos de excelência financiados pela União Europeia.
São projetos que abrangem a área social, sustentabilidade verde na cerâmica e o combate ao abandono escolar.
Na região de Coimbra, o combate ao abandono escolar envolve 19 municípios, 70 mil profissionais, e tem como publico alvo 40 mil alunos.
Emílio Torrão, presidente da Comunidade Intermunicipal, explica que este projeto que começou a ser desenvolvido desde 2015, a partir de um estudo da Universidade de Coimbra:
Visa colmatar uma deficiência do nosso ensino que é o abandono escolar precoce e a taxa de retenção, ou seja, os alunos que não progridem. O Realiza.te é um projeto com muito sucesso na nossa comunidade Intermunicipal.
Emílio Torrão, que também é presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, admite que levar o prémio da União Europeia para Coimbra seria a cereja no topo do bolo, mas sublinha que o projeto já está a ser um exemplo de boas práticas a nível europeu.
Human Power Hub
Outro projeto português finalista é o centro de inovação social de Braga, que está integrado na empresa municipal BragaHabit.
O administrador executivo Carlos Videira sublinha a importância dos fundos comunitários:
Nós, que começámos com uma resposta apenas no município de Braga, já vamos nesta segunda candidatura, abranger todo o território da Comunidade Intermunicipal do Cávado, ou seja, co municípios, ou seja, foi um financiamento importante para a nossa região e que eu acredito que também poderá ser replicado noutros contextos, noutros países.
Já o projeto Ecogrés 4.0, da Grestel - produtos cerâmicos, desenvolvido em parceria com a Universidade de Aveiro, promete uma revolução verde na cerâmica.
O diretor fabril da Ecogrés, Carlos Pinto, afirma que sem os fundos comunitários não seria possível montar uma fábrica de 14 milhões de euros.
Tivemos que construir uma nova unidade industrial, e aqui, sim, uma vez que a sustentabilidade era tão importante, produtos altamente eficientes em termos, não só de consumo de energia, mas também isenção de óleo nos equipamentos, ou seja, torná-los mais elétricos e menos hidráulicos, e recuperação integral da água do processo para voltar a reintroduzir, ou seja, tudo o que vai para a ETAR vai separado, e tudo o que é vidrado e das pastas, reintegramos essa água no processo.
Este diretor fabril considera que não há outro caminho para a industria senão o de oferecer produtos de boa qualidade e com uma pegada ecológica baixa.
A concurso foram mais de 260 projetos e os vencedores serão anunciados esta quarta-feira ao final da tarde.
Há três projectos portugueses entre os melhores da Europa em impacto regional
Há três projectos portugueses entre os melhores da Europa em impacto regional
Dois projectos de Aveiro e um de Braga são finalistas dos prémios Regiostars, da Comissão Europeia. Ganhar seria a cereja no topo do bolo, mas chegar até aqui já é importante.
Há três finalistas portugueses dos Regiostar Awards 2024, prémios que distinguem projectos apoiados por fundos europeus com impacto regional.
Desde a manhã desta terça-feira, na 22.ª Semana das Regiões e Municípios, os 25 finalistas estão a apresentar ao júri os seus projectos. Chegar até aqui já é importante, diz o Emílio Torrão, presidente da Comunidade Intermunicipal de Coimbra, responsável pelo projecto realiza.te, mas ganhar seria a
cereja no topo do bolo, a acontecer, seria a sexta vez consecutiva que um projecto da zona Centro levaria este prémio para casa.
Há uma pequena comitiva para falar deste projecto aos órgãos de comunicação social portugueses, mas acaba por ser Emílio Torrão quem assume a tarefa, sem nunca deixar que os parceiros da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) da região Centro fiquem longe. O objectivo do realiza.te é muito claro: diminuir o abandono escolar precoce e a retenção. Começou em 2015, depois de um estudo da Universidade de Coimbra ter detectado que esses eram dois problemas proeminentes na região. Desde a implementação, as taxas de abandono escolar diminuíram muitíssimo, mas o objectivo é chegar aos 10%.
Para esse objectivo trabalham 70 profissionais em toda a comunidade intermunicipal: várias equipas interdisciplinares apoiam cerca de 40 mil alunos de 19 municípios. Na prática, o que fazem são actividades e acções que podem ir desde apoio às escolas (com psicólogos, terapeutas da fala, entre outros), capacitação de pessoal não docente até programas de educação parental ou empreendedorismo nas escolas.
Human Power Hub
No átrio do Centro de Congressos Albert Borschette, em Bruxelas, onde os 25 finalistas apresentam os projectos ao júri, aparece Carlos Videira, administrador executivo da empresa municipal BragaHabit, que integra o projecto Human Power Hub, uma aceleradora e incubadora de impacto social, criada em 2018, sediada em Braga. A apresentação deste projecto português está marcada para a manhã de quarta-feira, mas Carlos Videira conta que foi ver as apresentações desta manhã, só para ver o ambiente
e saber o que esperar quando chegar a sua hora.
Carlos Videira mede o impacto do Human Power Hub através de quanto conseguem fazer chegar até projectos que necessitam de uma alavancagem numa fase inicial: para já, são cerca de 300 mil euros para que possam começar a fazer a diferença na vida das pessoas. É um projecto muito abrangente, actua em várias áreas e de várias formas.
Dentro do leque empreendedorismo e impacto social já passaram por ali cerca de 80 iniciativas e cerca de dois terços continuam activas, sobreviveram à fase inicial. Mas há mais projectos, como o programa Viva o Bairro, que apoia associações de moradores, ou outros relacionados com a:
Promoção do envelhecimento activo, a ligação das tecnologias ao ambiente, a promoção da educação, da cultura em meios mais desfavorecidos ou promoção do emprego junto de populações vulneráveis. Estamos habituados a ver o mérito das candidaturas a ser avaliado aquando a submissão das mesmas.
Mas aqui o reconhecimento surge da execução da candidatura a fundos europeus, isso mostra que o projecto tem valor, foi uma aposta ganha. O objectivo agora é abranger não só Braga, mas toda a comunidade intermunicipal do Cávado, que abrange seis concelhos: Amares, Braga, Barcelos,
Esposende, Terras de Bouro e Vila Verde.
Nenhum dos projectos portugueses compete pelo mesmo prémio, estão radicados em
categorias diferentes.
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